O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) - por meio do Departamento de Gestão Territorial (Deget) - e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) realizaram, no dia 02/07, no Escritório do Rio de Janeiro, um seminário sobre o projeto “Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada em Riscos de Desastres Naturais” (Gides). O projeto tem o objetivo de disseminar metodologias de prevenção de riscos e metodologia de mapeamento utilizadas no Japão.
Coordenado pelo engenheiro japonês Hideyuki Iwanami, da Jica, o seminário foi dirigido a técnicos brasileiros do Deget. A delegação da Jica foi ainda composta pelo chefe da equipe japonesa Toshiya Takeshi, e pelo engenheiro Civil Hideyuki Iwanami.
Segundo Hideyuki Iwanami, esse projeto começou há dois anos, a partir de consultoria na área de avaliação das ocorrências de deslizamento de morros. Uma das especialidades seria a construção dos mapas de risco a áreas propicias a ter desmoronamentos de terra.
Na sua exposição, Iwanami explicou que atualmente está sendo elaborado um manual de como se faz esse levantamento, mostrando como é executado um mapa de risco do Japão. Esse manual visa contribuir para a adaptação do método japonês no Brasil pela CPRM.
Durante o evento, os participantes concluíram que a aplicação direta da metodologia japonesa no Brasil gera uma série de dificuldades. Segundo eles, a metodologia deve ser adaptada considerando as peculiaridades brasileiras.
A próxima etapa será testar a metodologia japonesa executando um mapa em território brasileiro em algumas áreas pilotos. Algumas áreas pilotos no Brasil foram detalhadas com a aplicação da metodologia japonesa, apresentando o resultado desse processo
Iwanami disse que, depois do teste, dentro de dois a três meses deverá ser apresentado e discutido o resultado e depois a previsão é que seja apresentado no seminário do IBGE, que está previsto para meados de outubro deste ano.
Segundo o geólogo da CPRM, Jorge Pimentel, o seminário foi importante pois foi a comparação entre a metodologia aplicada no Japão e os mapeamentos que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) executa.
"Nós cedemos dados para os japoneses, eles levaram para o Japão e trataram esses dados. Geraram, com a sua metodologia, os polígonos de risco e depois fizeram uma superposição utilizando o nosso mapeamento", explicou. Pimentel ressaltou estar particularmente muito satisfeito, porque houve uma correlação muito boa entre o trabalho de campo dos geólogos da CPRM e o método japonês.
"Claro que uma coisa é um polígono feito por computador e outra o mapa feito pelo sentimento ou conhecimento de campo. Ficou evidente que as metodologias são complementares e vão contribuir com a utilização futura da metodologia japonesa aqui no Brasil", concluiu o geólogo.
Os resultados serão apresentados no Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental da Assoociação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE), em outubro de 2015.
Hideyuki Iwanami demonstra a metodologia utilizada no Japão
O geólogo da CPRM, Jorge Pimentel fala na abertura do evento O geólogo da CPRM, Jorge Pimentel fala na abertura do evento
fonte: CPRM